Não gosto de copiar texto dos outros, mas desde que li esse da Martha Medeiros na revista do jornal O Globo, senti como se ela tivesse tirado tudo da minha cabeça. Por isso, acho que posso copiar, porque eu sinto exatamente tudo isso que ela transformou em palavras:
Amizade sem trato
Dei para me emocionar cada vez que falo do amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?
Fulano é meu amigo. Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.
Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.
As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.
Difícil explicar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisa nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?
Acho que é amor.
Oh, céus! Santa pieguice, Batman! Amor? Esta lenga lenga de novo?
Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se jogue no seu sofá e chore todas as dores dele sem que você se incomode nem um pingo com isso. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta as suas coisas, dá seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços, só que liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.
Porém a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que a amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.
segunda-feira, setembro 25, 2006
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quinta-feira, setembro 21, 2006
Alguém tem a explicação para a equação mais idiota do mundo? Quanto menos você gosta de uma pessoa, mais ela gosta de você. Mas basta você ficar muito a fim de alguém, que essa criatura vai passar a dar todos os tipos de mancadas possíveis, só para mostrar que mesmo você gostando muito e insistindo muito, não vai dar certo.
Na boa, as coisas poderiam ser mais fáceis, não podiam?
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terça-feira, setembro 19, 2006
E a Cicarelli transou com o namorado na praia. Big deal! Agora tá todo mundo tirando a menina de vagabunda, de safada, de chifradora do Ronaldinha e de mais um monte de coisa. Mas eu duvido que metade dessas pessoas não tenham vontade de fazer a mesmíssima coisa que a moça fez (aliás, se pudessem estar no lugar dele - no caso das mulheres, no lugar dela - iam gostar mais ainda). Sem falar que não é uma cena inédita no puritanismo que reina nas praias brasileiras. Ou você vai me dizer que nunca viu um casalzinho abraçadinho no ritmo das ondas quando foi a praia pela última vez???
A galera fica mais indignado com a Cicarelli do que com a máfia dos sanguessugas. E o cinismo impera!
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domingo, setembro 10, 2006
Fiquei estirada na praia (e vermelha feito um camarao), andei no calcadao de Copacababa, passei uma tarde no Arpoador, troquei ideia com os gringos, comi biscoito Globo e tomei mate, li O Globo quase que todos os dias, fui zuada por causa do sotaque (e zuei o sotaque dos outros), desencontrei de quase todo mundo mas encontrei outros e agora me preparo para ir a Lagoa, fechar mais essa viagem para essa terra que eu adoro.
E para quem ainda nao sabe disso: Sim, continua liiiiiiiiindo!
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sexta-feira, setembro 08, 2006
Pela segunda vez esse ano, estou no Rio de Janeiro, cidade onde um dia eu ainda vou morar. E mesmo com tanta coisa para (não) me preocupar por aqui, foi andando na praia ontem que eu decidi meu voto para presidente.
Eu estava decidida a anular o voto, mas resolvi repensar. Afinal, eu tinha mesmo avaliado todos os candidatos antes de me decidir? Não, eu não tinha. Ontem, por uma incrível coincidência, andando no calçadão de Copacabana, dei de cara com uma caravana do Cristovam Buarque. Inclusive ele mesmo estava na caravana. E como já diria o monstrinho do vídeo do sapato, eu olhei, olhei, olhei e também pensei, ouvi e conversei com as pessoas. E acho que se o Lula teve a chance dele, por que não dar uma chance ao Cristovam?
Tá, ele tá lá embaixo nas pesquisas, não tem chance, blá, blá, blá. Mas quem sabe até o dia 1º de outubro, outros eleitores também não param para pensar?
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segunda-feira, setembro 04, 2006
Eu sei, eu sei... há milênios não apareço aqui.
Acreditem: não é por falta de assunto. Os assuntos não param de acontecer na minha vida. Não contei detalhes da viagem ao Rio, mas já passou tanto que eu já vou pro Rio de novo para outras aventuras. Nem comentei que voltei a nadar. Não contei dos filmes que eu vi, das baladas que dancei, das pessoas que eu conheci...
Prometo melhorar (eu sempre prometo isso, mas dessa vez é pra valer). Logo, vocês verão as notícias sobre o lançamento do meu livro. Tá bom, tá bom, não é só meu, mas meu nome tá lá na capa. E vamos melhorar a periodicidade desse blog meia-boca.
Quem sabe até uma mudança de layout...
´Té mais!
Postado por Ariett às 3:07 PM 0 comentários