quinta-feira, março 24, 2011

O banho de xampu
Elizabeth Bishop
Tradução de Paulo Henriques Britto


Os liquens - silenciosas explosões
nas pedras - crescem e engordam,
concêntricas, cinzentas concussões.
Têm um encontro marcado
com os halos ao redor da lua, embora
até o momento nada tenha mudado.


E como o céu há de nos dar guardia
enquanto isso não se der,
você há de convir, amiga,
que se precipitou;
e eis no que dá. Porque o Tempo é,
mais que tudo, contemporizador.


No teu cabelo negro brilham estrelas
cadentes, arredias.
Para onde irão elas
tão cedo, resolutas?
- Vem, deixa eu lavá-lo, aqui nesta bacia
amassada e brilhante como a lua.

segunda-feira, março 14, 2011

Aí aparece um gaúcho idiota, atropela vários ciclistas como se a vida de cada um não valesse nada, e TODOS os motoristas passam a ser julgados e condenados.

A merda da generalização.

Sim, existem motoristas imbecis, mas o que tem de ciclista andando na contra-mão, queimando farol vermelho e andando à noite sem uma luzinha sequer, eu nem te conto. Ou seja, não me venham com essa história de direitos iguais no trânsito, que ciclistas têm direito à rua como os carros. Isso só vai acontecer no dia que bicicletas tiverem placas e puderem ser multadas como eu sou sempre que faço uma coisa errada. Ah, e ciclistas forem obrigados a tirar carta para dirigir por aí. Porque motoristas precisam fazer provas - teórica e prática - para provar que podem andar pelas ruas.

Enquanto não acontecer, eu mantenho a opinião de que ciclistas se restrinjam às ciclovias. E quando quiserem pedalar em grupo pela cidade, que avisem a CET para que avisos sejam dados aos motoristas. Porque ciclistas também fazem coisa errada e podem causar acidentes, sim. Então é melhor garantir a segurança de todos.

Adivinha de quem será a culpa se eu atropelo um ciclista que decidiu pedalar na contra-mão, sem nenhum sinal luminoso à noite? Claro que é do monstro motorizado, né? Pobrezinha da bicicleta.

Querem direitos iguais, amigos do pedal? Terão de assumir deveres iguais também.