quarta-feira, julho 15, 2009

Quando eu estava no 1º colegial (faz tempo, viu?), aconteceu um fato na aula de Ciências que eu nunca mais esqueci. O professor costumava olhar o caderno das pessoas e dava nota de acordo com a organização e o conteúdo. Ou seja, se a pessoa faltou em uma aula ou perdeu a matéria por algum motivo nunca tiraria a nota máxima.

Mas na hora de olhar o meu caderno, o professor não percebeu que faltava um assunto e me deu 10. Eu, que nunca fiz o tipo discreto, contei, na mesma hora, o que tinha acontecido para os colegas que estavam sentados por perto.

Depois de olhar o último caderno da sala, o professor me chamou novamente, junto de outra menina. Olhou de novo meu caderno, percebeu o erro e diminuiu minha nota. Na sequência, pegou o caderno da menina e também diminiu a nota dela, com uma justificativa por escrito: "por ser dedo-duro".

Sei que eu não estava certa por ter ficado com uma nota que não merecia. Mas acho mais difícil entender porque aquela menina não conseguiu suportar a minha sorte. Porque uma coisa é querer uma nota alta (quem não quer?). Outra é querer uma nota alta mas, ao mesmo tempo, não querer que os outros também a tenham.

O pior de tudo é perceber que isso ultrapassa a barreira do colegial e da adolescência. Certas pessoas carregam essa inveja do mal para a vida toda. Se querem algo que não têm, não correm atrás dela. Simplesmente trabalham para que os outros percam.

Será que em algum momento elas percebem que isso não vai trazer nada de bom? Que a nota delas sempre vai ser menor?

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