quinta-feira, novembro 29, 2007

Joojoo, my wild honey pie,

no meio das muitas coisas que temos em comum, uma delas é Grey's Anatomy. E eu acho que descobri porque gostamos tanto desse seriado: é porque os personagens estão muito perto do que a gente vê por aí, nesse mundão doido.

Ainda não consegui me identificar. Nem identificar você. Às vezes, me acho Izzie. Outros dias, estou mais para O'Malley. Já me senti muito parecida com a Addison (que confessou em um episódio, que já pintou o cabelo de loiro em um momento de crise existencial) e até já quis ser um pouco Cristina Yang.

Mas uma coisa eu tenho a mais absoluta certeza: não somos Meredith.

Não é engraçado que a gente goste tanto de um seriado, mas deteste a personagem principal, que dá nome a ele? Mas eu também sei o motivo disso: a Meredith retrata a maioria, o padrão vigente. É aquela pessoa que tem quase tudo: a carreira que escolheu, uma casa legal, amigos incríveis que a apóiam sempre que ela precisa, o namorado dos sonhos completamente apaixonado por ela. Mas a Meredith quase se afogou na banheira. Não consegue ser feliz.

Sabe onde está o problema de todas as Merediths do mundo? No foco. O padrão hoje é focar no objetivo. Todo mundo quer resultado. Mas, como você já me explicou inúmeras vezes, o resultado é randômico. O fim independe dos meios. Faça o que fizer, bom ou ruim, nunca se tem a certeza de nada (está aí o Renan Calheiros que não nos deixa mentir).

Eu acho que sei onde está a resposta: as pessoas esquecem de valorizar o processo. O bom é fazer sempre o seu melhor. Não minta, não engane, não traia, não magoe. Seja você sempre, aja de acordo com o que você acredita. Se o fim não for como a gente espera, ainda será possível olhar para trás, sem medo. Contar a sua história sem vergonha.

Em uma corrida de 100m, o que importa é a vitória. É chegar na frente dos outros. Vencer. Mas a vida é uma maratona. O importante é terminar a prova, melhorar o seu tempo e superar o seu desafio pessoal. Xiiiii, começou a pieguice.

Enfim, eu errei de monte nessa vida, mas olho pro passado e sinto até um certo orgulho de mim mesma. Acho que é o seu caso também. A gente é feliz (e provoca inveja alheia) e vamos é continuar nos divertindo com a estrada, enquanto a praia não chega, sem fazer cara feia para o pedágio, nem para o trânsito. E se quando a gente desembarcar, estiver chovendo, vai ser chato, mas a viagem já valeu (abusei das metáforas, né?).

Love you, Joojoo.

P.S.: Falei, falei, falei e acho que ainda não disse tudo que eu quero. Queria citar Platão, Patch Adams, Khaled Hosseini, Amélie Poulain e até Harry Potter. Mas deixa pro próximo post.

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